Entrevista dada ao portal GQ Globo
Durante a pandemia, quantas pessoas apareceram nas suas redes sociais fazendo pão? Provavelmente, algumas. Possivelmente, muitas. Se o pão é um alimento que nunca sai de moda, a arte da fermentação migrou da padaria para a cozinha de casa e a tendência do sourduogh (os fermentos caseiros e naturais) virou terapia em tempos solitários. E tudo isso tem uma explicação científica. Segundo o psiquiatra e neurocientista Pablo Vinícius, a pandemia nos gerou uma extrema desorganização mental. Tirou a tradicional rotina, os horários, o trabalho presencial e colocou todos dentro de casa, por 24 horas. A partir daí, o ser humano buscou inconscientemente criar um novo cotidiano, como recurso para o cérebro pensar de forma organizada.
“Dentro de casa, todos ficam limitados e tendem a criar rituais restritos a este ambiente. Arrumar a casa virou um rito. Maratonar uma série, também. As atividades na cozinha ganharam espaço no cotidiano. Fazer pão caseiro é um desses rituais. Além de uma substância saborosa e nutritiva, que faz parte do dia a dia das pessoas, tem um simbolismo muito grande, por se tratar de um alimento sagrado, o qual Jesus dividiu na mesa”, explica o médico.
A seguir, contamos duas histórias de pessoas que começaram – ou profissionalizaram – suas habilidades na arte de fazer pão durante a pandemia. Inspire-se.