Entrevista dada ao portal Jornal de Brasília
Nunca se falou tanto em saúde mental como nos últimos meses. A pandemia, isolamento social e todo caos que o mundo está enfrentando fez disparar e agravar casos de ansiedade, estresse, depressão, síndrome do pânico, entre outros. Tomar um remedinho para dormir melhor, outro para acordar mais disposto e mais um para viver se tornou parte da rotina de muita gente. O grande problema é que muitas dessas drogas, estão sendo consumidas sem o diagnóstico e o acompanhamento de um médico especialista.
É este tema que o psiquiatra, pesquisador e neurocientista, Dr. Pablo Vinicius, relata em seu novo livro, Antitarja preta, em parceria com a Buzz Editora, que pode ser encontrado nas principais livrarias do país e plataformas digitais.
A terceira obra do autor, traz casos reais de pacientes atendidos em seu consultório, nos fazendo questionar como estamos acostumados a nomear os sintomas, buscar uma solução rápida e indolor para alguns dos nossos sofrimentos. O profissional explica que o Antitarja preta não é um livro contra os remédios psiquiátricos. “Não é mais um livro de autoajuda, não é um movimento para negar a existência da doença mental, muito menos contra a psiquiatria e sim, um livro psiquiátrico-filosófico científico, um despertar da consciência quanto às origens do sofrimento da mente”, ressalta.
Ao longo dos capítulos, fica nítido de que modo a ansiedade, carência, pânico, depressão e a estafa são na verdade apenas um indício do que realmente precisa ser tratado. São resgatadas não apenas as emoções dos pacientes, mas suas próprias vidas!
No Brasil, país mais ansioso do mundo, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) só em 2020, segundo o Conselho Federal de Farmácias, foram vendidas 100 milhões de caixas de antidepressivos e estabilizadores de humor, medicamentos com venda controlada, um aumento de 17% na comparação ao ano anterior
“Ser Antitarja preta é ser contra a medicalização da vida. É ser contra um sistema perverso que tem por objetivo convencer as pessoas de que elas estão doentes quando, na verdade, estão enfrentando um processo de sofrimento. É ser contra a indústria que ganha todas as partidas desse jogo”, destaca o psiquiatra.
A verdadeira mudança tem que ocorrer de dentro para fora e o tratamento é passo a passo, não comprimido a comprimido. Não é a negação da doença mental. É o despertar da consciência! Ah, e o mais importante, não tem nenhuma contraindicação.